terça-feira, 30 de novembro de 2010

Pesquisa - Pavlov, experimentalista e filósofo da mente?

Autores:
Leonardo Lana de Carvalho
Ederaldo José Lopes (orientador)

Área:
História da Psicologia (Cognitiva)

Resumo:
O objetivo deste trabalho foi analisar a posição e os argumentos monistas de Pavlov frente ao problema mente-corpo, resgatando e valorizando noções ainda não acabadas, mas vanguardistas, que Pavlov utilizava, hoje em voga nas ciências cognitivas e ciências da complexidade, como: auto-organização, sistemas complexos e a visão do homem como um tipo de “máquina de auto-organização complexa”. A pesquisa foi realizada nas dependências do Lab. de Psicologia Experimental/IPUFU, a partir de textos disponíveis no portal de periódicos on-line da CAPES, livros e periódicos científicos de bibliotecas nacionais e importados com recursos da FAPEMIG para o projeto “O problema mente-corpo e a naturalização da psicologia (cognitiva): Implicações epistemológicas.” Textos clássicos de Pavlov, de seus comentadores e de autores clássicos da área da Filosofia da Mente foram utilizados para análises e sínteses comparativas, mantendo assim a originalidade das idéias.
A metodologia de análise dos textos foi baseada na seleção de termos usados por Pavlov e que têm definições no domínio das ciências da complexidade e das ciências cognitivas (ex: “sistema”, “complexo(a)”, “auto-organização”, “máquina”, “objetivo(a)”, “subjetivo(a)”, “adaptação”, “equilíbrio interno”, “equilíbrio externo”). Foram feitas correlações entre as definições dos domínios especificados, os textos de Pavlov e os textos de seus comentadores, o que envolveu a análise semântica dos termos e, em alguns casos, a análise de traduções diretas e indiretas dos originais russos em três línguas (inglês/francês/português). A metodologia de análise visou tais critérios afim de concluir se Pavlov falava de sistemas complexos e de filosofia da mente.
Os principais resultados foram: 1) Pavlov, tendo criticado a posição dualista, animista e a visão teológica, teve o mérito maior de ser um experimentalista. 2) Nos anos 90, ele foi acusado de não sustentar racionalmente argumentos em prol da posição monista frente ao problema mente-corpo. 3) Pavlov pode ser visto como precursor das ciências da complexidade, da cognição artificial e das ciências cognitivas. Conclusão: Pavlov, além de experimentalista, defendeu a posição monista frente ao problema mente-corpo com grande rigor filosófico.

Palavras-chave:
Pavlov; Mente; Sistemas Complexos; Cognição Artificial; Método Experimental

Parte 1


Parte 2


Referência para citação do trabalho:
Carvalho, L. L. e E. J. Lopes. Pavlov, experimentalista e filósofo da mente? XIX Encontro Brasileiro de Psicoterapia e Medicina Comportamental. Campos do Jordão. 23 a 26 de setembro, 2010.

FAPEMIG:

Processos SHA APQ-0152-5.06/07 e SHA PPM 349/09
bolsa de pós-doutorado (Proc. SHA 301/09)

Quem são os autores?
. Leonardo Lana de Carvalho é pós-doutorando no Lab. de Psic. Experimental, IPUFU/FAPEMIG (Proc. SHA 301/09). Possui doutorado em Psicologia pela Universidade de Lyon II com co-orientação em computação pela Univ. de Lyon I (2008), mestrado em Psicologia Cognitiva e Modelagem pela Univ. de Lyon II com estágio no Lab. de Computação - LIRIS Lyon I (2004), graduação em Psicologia pela UFU (2003). Lecionou no Instituto de Psicologia de Lyon II (2004-2008). Fez pós-doutorado na Universidade de Paris IV Sorbonne sob contrato do CNRS (2009). Sua pesquisa está voltada para o problema mente-corpo e técnicas de modelagem estatística, matemática e computacional.

. Ederaldo José Lopes é Professor Associado II da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), orienta no Programa de Pós-graduação em Psicologia do Instituto de Psicologia com ênfase em Psicologia Cognitiva Experimental. Desenvolve trabalhos na área de fundamentos históricos e epistemológicos da psicologia cognitiva e na área de medidas em psicologia. Foi presidente da Sociedade Brasileira de Psicologia (2008-2009), possui graduação em Psicologia pela Universidade de São Paulo (1989), mestrado (1992) e doutorado (1997) em Psicobiologia pela Universidade de São Paulo e pós-doutorado em filosofia da mente e ciências cognitivas pela Universidade Federal de São Carlos (2003). É o coordenador do projeto “O problema mente-corpo e a naturalização da psicologia (cognitiva): Implicações epistemológicas” com recursos da FAPEMIG: Processos SHA 301/09 e PPMIII 349/09.

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